TEXTÃO A VISTA! (Leia até o fim!)

Eu comecei esse texto há quase um ano e a princípio ia posta-lo no Facebook, mas achei melhor esperar.
Logo em seguida parece que o movimento “anti-chidfree” começou a ganhar força, e desde então eu tenho visto muita gente falando besteira sobre o que é ser childfree e sobre quem são as mulheres que escolheram não ter filhos.

Então, eis-me aqui!  Sou childfree assumida desde a adolescência e vou explicar neste texto a razão disso.

Ao contrário do que dizem sobre nós (mulheres que não querem filhos), eu, assim como todas que conheço, fui criada com muito amor e carinho.

Tenho 4 irmãos, mas fui única do casamento dos meus pais e fui criada como tal.

Queria irmãos porque queria um amiguinho pra brincar, mas minha mãe já estava laqueada.
Tive uma infância MARAVILHOSA! Eu era muito feliz e além disso, fui uma criança super obediente e educada, embora reconheço ter sido muito chorona e enjoadinha, talvez por excessos de cuidados (ou não kk).

Brincava de boneca normalmente.
Cuidei do meu primo (desde a barriga) que nasceu quando eu tinha quase 9 anos, e pra mim, ele era como meu filho, eu era encantada por ele!  Ninava, dava banho, trocava fralda, eu amava cuidar dele!
Aquele foi meu ultimo contato com bebês.

Foi no catecismo, com então 9 anos, que me dei conta de que eu não queria ser mãe.

Filhos acabam com a vida da mulher.

A gravidez pode te deixar hipertensa, obesa, com hemorróidas, com anemia, com diabetes, pode te fazer perder os dentes…

Durante o parto, a mulher pode ter o Períneo (aquele espaço entre o anus e vagina) literalmente arrebentado e a recuperação é uma merda!
Conheço mulheres que passaram a ter dores na relação sexual depois disso; que ficaram apertadas demais a ponto de sentir desconforto no anus, outras que ficaram largas demais (segundo os parceiros).

Nem vou mencionar o estrago estético. Sim, ESTRAGO! A maioria fica acabada, não se recupera tão cedo.

Mas a pior parte vem depois do parto!

Quando a criança nasce, a vida da mulher acaba.
NUNCA MAIS ela terá uma vida só pra ela. Ela vai viver em função do filho.
Vai perder noites de sono.
Não vai ter tempo de cuidar de si mesma.
Não vai ter tempo para namorar.
Vai ter que abdicar de muitas coisas na carreira profissional e na vida pessoal, se QUISER de fato, criar o filho.

Não existe maternidade sem renúncia, e renunciar nesse caso é abrir mão da própria vida!

A maternidade é romantização. É tudo uma questão de QUERER ver isso como algo muito bom e legal, e eu não vejo nada de “lindo” em ter dupla jornada, passar o resto da vida trabalhando feito uma condenada, porque é assim a vida das mães: trabalham fora, trabalham em casa, trabalham para os filhos.

Ensinam esse ponto de vista pra gente desde a infância. Ensinam que a gente TEM QUE ser mãe porque somos “feitas” pra isso. Gente, isso não é verdade!
Ter um útero, ter um sistema reprodutor saudável não faz de mim uma incubadora humana.

E a clássica pergunta:
Quem vai cuidar de você na velhice?
Ahahahaha já parou pra olhar a quantidade de asilos no Brasil?

Se você quer ter pessoas que te amam, tenha AMIGOS!
Filho não é garantia de nada nesse sentido.

Eu gosto da minha vida assim, LIVRE!
Eu gosto de chegar em casa, não ter ninguém me perturbando, poder dormir e acordar quando quiser.
Já viu o tamanho do mundo? Eu quero conhecer o que puder!
Quero gastar meu dinheiro comigo, realizar meus sonhos.
Eu gosto de estar na cama sem saber que seremos interrompidos por uma criança.
Não tem coisa melhor do que uma casa só pra nós dois! Imagina que inferno uma criança atrapalhando a transa do casal porque quer ver desenho no quarto ou porque está com medo!

Enquanto a mamãe do ano tá lá, cansada, com olho no buraco, descabelada, peitinhos caídos, limpando cocô de criança, eu tô aqui, lendo meu milésimo livro, aprendendo outra língua, vendo Sexta feira 13 de novo (porque eu amo!), pegando pesado na musculação, estudando, passeando, indo a festas, conhecendo outras pessoas, descobrindo novos hobbies…
Enquanto ela, entre uma mamada e outra cochila, descansa rápido e faz um sexo meia boca com o marido só pra não deixá-lo na mão (já que a libido foi pro espaço e o casamento está indo junto) eu quero continuar transando várias vezes por semana.
Enquanto ela está fadada a gastar todo o tempo em parquinho, festas de criança e reunião escolar (adeus vida social!), eu prefiro ter meu tempo pra curtir com meus amigos.
Só é dono de si mesmo quem tem LIBERDADE de escolha. Quando se tem filhos, passa-se a viver em torno deles.

“Para mim, abrir mão da minha vida pra viver em função de outra é a coisa mais triste que pode me acontecer”

Eu vim a esse mundo pra viver a minha vida e não a vida de outra pessoa. Eu vim pra estudar, ler, aprender, me divertir e não pra perder noites de sono tendo o meu peito esfolado na amamentação; não pra ficar 24 horas por dia cuidando de alguém; não pra passar o resto da vida com medo de que algo aconteça a essa pessoa. Mães não tem paz!

E você já parou pra pensar que o filho é uma pessoa estranha? Você na realidade não conhece quem está gerando!

A minha vivência como médium e clarividente me mostrou que, na verdade, nós não somos SÓ o que recebemos dos nossos pais e do meio em que vivemos, mas que nós também trazemos uma parte nossa que INDEPENDE de como e onde somos criados!
Em suma, pode ser que mesmo que os pais de uma criança tenham o caráter ilibado, deem a ela uma educação ótima, muito amor e uma boa base familiar, essa criança pode vir a ser um capeta como pessoa!
E se você for honesto, vai concordar que isso é o que mais temos por aí…

Aí você vai me dizer:

“Não ter filhos eu entendo, mas não gostar de criança é absurdo”

Primeiro me responda, o que você entende por “não gostar de criança”?

Eu costumo dizer que não gosto de criança, mas isso não quer dizer que eu queira machuca-las ou que eu tenha ódio delas.  Isso significa apenas que as acho inconvenientes, cansativas e chatas.
Eu não romantizo criança, pra mim elas são apenas adultos que ainda não sabem viver, por isso precisam de cuidados e educação.

Não tenho paciência pra choro, não gosto de choro de criança, aliás, alguém gosta????
Alguém gosta de responder mil perguntas idiotas?
Se você gosta, parabéns! Eu não gosto e nem sou obrigada, até porque, não aturo nem adulto com raciocínio lento…

E a falta de educação infantil?  Quem gosta disso?
Alguma vez na sua vida você já pensou “Tô querendo muito alguém aqui pra quebrar minha coleção toda” ou “vou naquele restaurante caro mas espero muito que tenha uma criança gritando lá, se não tiver nem fico!”?

Acho que não né?!
Então por quê ser hostil com quem não faz questão de ter isso na vida?

Vamos parar de tentar impor nosso ponto de vista!

Eu respeito as pessoas que têm filhos, e em momento algum fico insistindo que elas deveriam abandoná-las ou, caso ainda não tenha filhos, devam desistir de te-los.
Eu jamais desrespeito a escolha delas!
E é só isso que eu gostaria de ter em troca: respeito às minha escolhas.

Então, você quer saber por que não terei filhos?
Eu te respondo: porque eu amo muito a vida e eu quero vivê-la intensamente; porque eu SÓ quero ser feliz!

Com amor, Lauren.