O triste fim do Candomblé e da Umbanda

Engana-se quem acha que os maiores inimigos do Candomblé e da Umbanda são os evangélicos.  A destruição destas religiões vem de dentro pra fora, vem de seus próprios adeptos.

A umbanda está destruindo o Candomblé e o cristianismo está destruindo a Umbanda. 

De quem é a culpa? 

Acima de tudo do preconceito!  Esse preconceito que faz as pessoas terem vergonha de suas raizes, vergonha  de mostrar a real natureza do que cultuam por medo da opinião pública, por medo de não serem aceitos num país majoritariamente cristão.  E assim, Pombagira deixou de ser cafetina, Exu é só bonzinho, Preta velha não faz feitiço, índio é na paz de Cristo.  Orixá é “espírito” evoluído, e aí daquele que mencionar trabalho para amarrações feito com Oxum ou destruição de inimigos feito com Ogum, é rechaçado na hora! Onde já se viu dizer que Orixá vai cometer um pecado desses?   Pessoas que não entendem de Orixá, nem da essência dos mesmos querendo ENSINAR que Orixás seguem princípios cristãos de pecado, certo e errado. 

 Além disso, a popularização do Candomblé e Umbanda criou uma necessidade de adequação a uma nova classe de fiéis: são pessoas que não vão abrir mão de seus valores e que estão ali pra dar um novo sentido a suas vidas vazias;  em suma, a maioria dos que buscam terreiros hoje para se iniciar não tem o verdadeiro chamado do santo, seja no Candomblé ou Umbanda.  São pessoas que estão ali porque precisam preencher um vazio (tão comum nas mentes doentes de hoje), precisam acrescentar um valor a si mesmos, precisam ser algo importante.  Todavia, eles não querem se submeter aos sacrifícios que as religiões exigem!  Então, é aqui que começam as facilidades, as permissões excessivas.  Hoje em dia você não precisa de anos cuidando de pessoas na Umbanda pra ser sacerdote, basta fazer um curso.  Não precisa ter chamado pra entrar na gira, basta ter sintomas típicos de ansiedade como suor nas mãos e calafrios que automaticamente já se está apto a desenvolver – o que, eu não sei!-

  Zeladores visam a mensalidade, a popularidade pra mostrar na internet, e, por isso, quanto mais cheia a casa, melhor!  

Candomblé a mesma coisa: na sua feitura você já sai jogando búzios.  Uma semana depois não tem problema de sair à noite pra beber!  Todos podem (e devem!) assentar seus Orixás.   Se chegar no terreiro reclamando que deram um Orixá de quem se tem certeza de que não é filho, não tem problema, o sacerdote te da  o que você diz ter!  Feitura sem corte, pois ninguém quer ficar banhado de sangue, não há necessidade disso haja vista que Jesus morreu na cruz (?).  Não precisa de cura porque espíritos evoluídos se acoplam automaticamente a pessoa e são incapazes de exigir cortes (?). Espíritos!  Coisa que Candomblé não cultua, hoje dita a regra no culto.  Triste! 

Pessoas com poder aquisitivo podem comprar cargos no santo, se quiserem, bem como escolhem os exus e Pombagiras para si; não claramente, óbvio, mas chegam delicadamente sugerindo: sonhei com pombagira tal, acho que ela é a minha.  E por aí vai… conheço gente louca assim que já “tem” mais de 7 exus.  

Se você tentar explicar e alertar essas pessoas, vira inimiga delas.  Enfim, não há o que fazer! 

Só nos resta lamentar o fim e a destruição das duas maiores religiões brasileiras.